sexta-feira, 25 de junho de 2010

ESCRITOS CHAMADOS DEUTEROPAULINOS

1. Epístola aos Efésios
2. Epístola aos Colossenses
3. Segunda epístola aos Tessalonicenses

QUAL A DINÂMICA DESSES ESCRITOS?

Estes textos são textos igualmente representativos da história cristã, foram produzidos e dirigidos a determinadas comunidades, foram lidos e refletidos, motivaram ações comunitárias e missionárias, alimentaram espiritualmente, exerceram influência, produziram discussões e disputas, provocaram desconfortos e geraram resistência nas comunidades, independente de quem os escreveu. Não considerar as peculiaridades desses textos, o contexto que os gerou, a situação das comunidades, as motivações e as tensões que produziram dificulta sua compreensão.
O corpus paulinum (corpo paulino) refere-se, em primeiro lugar, ao conjunto textual que, na tradição dos manuscritos bíblicos, terá contido os catorze escritos que são as cartas aos Romanos, 1 e 2 Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, 1e 2 Tessalonicenses, 1 e 2 Timóteo, Tito, Filémon e Hebreus.
Ao tratar-se dos textos deuteropaulinos que são (em ordem de crescente probabilidade) 2 Tessalonicenses; Colossenses; 2 Timóteo; Efésios; Tito; 1 Timóteo; Hebreus.

Uma introdução a 2 Tessalonicenses – Quem a escreveu? Quando foi escrita? Para quem foi escrita?

1. Quem escreveu 2 Tessalonicenses?
2. Quando foi escrita 2 Tessalonicenses?
3. Para quem foi escrita 2 Tessalonicenses?


Segunda carta aos Tessalonicenses

Informações básicas

Data: Se de autoria de Paulo, por volta de 51/52 d.C., aproximadamente, pouco tempo depois de 1 Tessalonicenses. Se pseudônima, provavelmente no final do século I, quando o fervor apocalíptico era cada vez mais patente.
Procedência: Se de autoria de Paulo, provavelmente de Corinto, como 1 Tessalonicenses. Se pseudônima, não há como saber.
Destinatário: Se de autoria de Paulo, para Tessalônica. Se pseudônima, talvez a mesma cidade; contudo, o endereçamento a Tessalônica pode simplesmente ter sido tomado emprestado de 1 Tessalonicenses.
Autenticidade: Os estudiosos estão quase meio a meio divididos a respeito de Paulo, embora a opinião de que ele não a escreveu parece ganhar terreno mesmo entre os moderados.
Unidade: Questionada por muito poucos (cf. Best, Commentary 17-19,30-35).
Integridade: Nenhuma argumentação importante sobre interpolações.

DIVISÃO FORMAL
a. Fórmula introdutória: 1,1-2
b. Ação de graças: 1,3-10; Oração: 1,11-12
c. Corpo: 2,1-17; indicativo paulino (instruções)
3,1-16: imperativo paulino (parênese e exortações)
d. Fórmula conclusiva: 3,17-18.

DIVISÃO CONFORME O CONTEÚDO
1,1-2 saudação
1,3-12 ação de graças pela fé e pelo amor dos tessalonicenses que os salvarão na parusia, quando seus perseguidores serão punidos; oração contínua por eles
2,1-12 instruções sobre os sinais que precedem a parusia
2,13-17 ação de graças e instruções sobre a escolha deles por Deus para a salvação
3,1-5 pedido de orações de Paulo, que ora por eles
3,6-15 admoestações éticas e exortações (contra a preguiça e a desobediência)
3,16-18 benção conclusiva, saudação

Paulo escreveu 2 Tessalonicenses?

Já no final do século XVIII, pôs-se em dúvida a visão tradicional segundo a qual Paulo escreveu essa carta. No século XX, a exegese alemã, passando de W. Wrede, em 1904, a W. Trilling, em 1972, com a apresentação de argumentos contra a autenticidade paulina, gradualmente fez essa visão minoritária tornar-se mais aceita. A exegese de língua inglesa (p. ex., Aus, Best, Bruce, Jewett, L. T. Johnson, Marshall e Morris) tem-se inclinado a defender a autenticidade da autoria paulina; mais recentemente, porém, Bailey, Collins, Giblin, Holland e Hughes têm-se incluído no crescente numero dos que optam pela pseudonímia.


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