sexta-feira, 25 de junho de 2010

As epístolas da prisão - Efésios, Filipenses, colossenses, Filemom

Introdução

Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemom estão todas incluídas num grupo de cartas de Paulo conhecidas como as Epístolas da Prisão. Em cada uma destas quatro cartas é feita referência a estar em cadeias (Ef. 3.1; 4.1;6.20; Fil. 1.17,13,14;1.17; Col. 4.18; Filem. 1.9). tiquico é o portador de efésios e Colossenses (Ef. 6.21; Col. 4.7), Onésimo é um companheiro de viagem de Tíquico (Col. 4.9) e parece ser o escravo fugitivo de Filemom (Filem. 10 e SS).

Mas de que prisão ou prisões escreveu Paulo?

Nos Atos dos Apóstolos, quatro locais são dados, nos quais Paulo esteve na prisão: Filipos (16.23), Jerusalém (22.33 e SS), Cesaréia (25.4) e Roma (28.16 e SS). Destas, Filipos e Jerusalém são excluídas, porque Paulo esteve em cada uma delas por um tempo muito curto.
Para os estudiosos modernos, existem três proposições para o local e ocasião da escrita das Epístolas da Prisão: de Éfeso, Cesaréia e Roma.
De Roma – Está é a posição tradicional e mantida pela maioria dos estudiosos. Os argumentos são como segue:
Paulo esteve em Roma por dois anos, sob confinamento, em sua casa alugada (At 28.16, 30.31). durante esse período, foi-lhe permitida liberdade de movimento, embora sempre acompanhado por um soldado, a quem ele estava acorrentado, para encontros com seus amigos. Esta era a coisa comum para prisioneiros cidadãos romanos e não considerados um perigo para o governo. À medida que o tempo do julgamento se aproximava, todavia, o prisioneiro seria levado ao quartel militar próximo, onde o julgamento teria lugar. No caso de Paulo, os dois anos com diferentes guardas do pretório, bem como o confinamento mais próximo ao quartel militar dariam bastante tempo para a declaração de Paulo de que se tornou manigesto a toda a guarda pretoriana de nove mil que ele era um prisioneiro por Jesus Cristo (Fil 1.13). A interpretação lógica seria que a “casa de César” (Fil 4.22) indicaria aqueles que estavam em torno de Nero em seu palácio em Roma.
Tanto em Colossenses como em Filipenses, Paulo indica a presença de Lucas com ele. Isto é confirmado pelas passagens de Atos que empregam o pronome “nós”. Nem todos os outros homens mencionados nas cartas de Paulo da prisão são relacionados por Lucas como estando com Paulo em Cesaréia, tampouco na viagem a Roma.
Numa comparação da teologia, parece haver um desenvolvimento em Efésios e Colossenses sobre I Coríntios e Romanos, na doutrina da igreja. Em Efésios e Colossenses, Cristo é retratado como o cabeça do corpo, a Igreja. Em I Coríntios e Romanos, um cristão não apenas pode ser a cabeça; ele pode ser um olho, ouvido, boca ou qualquer outra parte da cabeça, bem como qualquer parte do corpo.
É mais provável que Onésimo tentasse manter-se tão longe quanto possível de Colossos e do encontro eventual com alguém que pudesse reconhecê-lo. Roma, a maior cidade do Império e afastada a uma grande distância, seria o melhor lugar. Em Éfeso, teria sido difícil esconder-se daqueles que estariam constantemente viajando a curta distância entre as duas cidades de Éfeso e Colossos. Por causa do confinamento, perto, de Paulo em Cesaréia, Onésimo não teria que correr o risco de entrar numa fortaleza de soldados romanos, para chegar até Paulo. O encontro com Paulo, no encarceramento romano, seria o menos prejudicial a Onésimo.
Há uma tradição, não quebrada até o século dezoito, de que quatro cartas foram escritas em Roma. Deste o tempo dos primeiro escritores cristãos, estas epístolas foram agrupadas juntas e Roma foi designada como o lugar de origem. A única exceção é encontrada nos escritos do herético Marcião, no Prólogo a Colossenses.

Epístola de Paulo aos Efésios

Esta epístola foi denominada a “Rainha das Epístolas”. João Calvino dizia que ela era sua favorita. Quando João Knox estava moribundo, em sua cama, ele frequentemente pedia que os “Sermões sobre a carta aos Efésios”, de Calvino, fossem lidos para ele. Samuel Coleridge, um grande poeta e filósofo do século passado, chamou-a de a mais divina composição da literatura.

Destinação

Aos Efésios? - o título “Aos Efésios”, como em todos os livros do Novo Testamento, não é parte da própria carta. Os títulos foram acrescentados quando foram feitas as coleções, para se identificar e separar uma carta de outra. No caso das cartas, o título foi tirado das palavras contidas na saudação, que identificavam aqueles a quem se endereçavam.

A carta em si não parece refletir o conhecimento intimo, de Paulo, de uma igreja em que ele trabalhara por três anos. Esta carta é, sem dúvida, a mais impessoal de todas as cartas de Paulo, e, contudo, ele trabalhou por mais tempo na igreja em Éfeso do que em qualquer outra igreja. Somente um nome, além do de Paulo, aparece na carta: Tíquico, o portador da carta. A carta não contém nenhuma saudação pessoal sequer, nenhum toque pessoal, que é tão característico de Paulo. A passagem de Atos 20.17-35, do discurso de despedida aos anciãos efésios é uma das mais afetuosas e íntimas do Novo Testamento. Será admissível à luz de Atos 20.17-35, que Paulo pudesse ter escrito com desapego tal uma carta à mesma igreja? Além do mais, há implicações na carta que sugerem que Paulo e os receptores não se conheciam pessoalmente. Parece, de 1.15; 3.2-4, que o conhecimento mútuo (do escritor e dos leitores) era mais por notícias e boato do que por contato físico. Também há uma total ausência de referência ao trabalho de três anos, de Paulo, em Éfeso.
Se Paulo é realmente o autor, pelas razões apresentadas, é duvidoso que a carta tenha sido escrita especificamente à igreja em Éfeso.

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